Jardim do Príncipe RealJardim França Borges

Malandro que é malandro muda de esquina" ouviu-se gritar por aqui, mas apesar de ter estado em obras, o Jardim do Príncipe Real (chamado Jardim França Borges como o jornalista republicano) contínua no mesmo sítio. Este oásis alfacinha rejuvenesceu mas mantém a sua essência. Lá estão os velhotes a jogar à batota pelas mesas, os gritos da criançada que escorrega e baloiça até se cansar, os casais de namorados que se escondem na sombra do cipreste centenário (árvore que pudesse falar se engasgava no que já viu).
Desde 1860, altura em que se decidiu alcatifar de relva este largo, que o Jardim se ocupou de ir criando uma fauna humana muito sui generis que se espalha a gosto. É fácil encontrar jovens artistas a discutir a Ideia e o Conceito, agarrados a um Capilé no Quiosque do Refresco (jóia urbana de 1900), de onde se pode levar a passear, um galão quente num copo de cartão ou aquecer logo a alma com um copinho de Ginginha. Se nos aventurarmos pelas árvores podemos encontrar a Esplanada do Jardim, restaurante romântico, onde os poetas vão tentar encontrar a rima e as amigas, um chá para esquentar a fofoca. Aqui almoça-se e janta-se cozinha de autor e olha-se, nostalgicamente, lá para fora se estiver a chover. Mas para sentir o verdadeiro espírito bairrista temos que escolher o quiosque da esquerda, aqui ficam os compadres em animadas cavaqueiras, os taxistas encostados ao balcão a contar as últimas e alguns turistas encadeados com a luz lisboeta a comprar postais. Se no quiosque da direita se bebe a limonada perfumada aqui bebe-se a bica amada. Também não podia faltar o quiosque dos jornais, ali mesmo ao lado, para se ir buscar a revista da palavra cruzada.
Aos fins-de-semana o jardim ganha outra vida, aos sábados de manhã tendas brotam como cogumelos para vender frutas e hortaliças, actividade bastante medieval que faz as delícias de quem por lá passar, é tudo biológico e colorido, trocam-se dicas e abrem-se apetites até às 14h, se chegar atrasado mais vale tomar um brunch no restaurante. Uma vez por mês conseguimos apanhar também uma feira de antiguidades e novidades, com original artesanato urbano a fazer companhia a bric-a-brac do tempo da monarquia, animações de rua e até workshops. 
Mas há mais, por entre árvores exóticas e estátuas, o Príncipe Real esconde um segredo bem guardado. Siga o nosso mapa do tesouro... Ao pé do lago central vai encontrar umas escadas que descem pelo solo adentro... Se conseguir passar pelo guardião (só tem que pagar 2,50 euros) e entrar na porta vai ter uma surpresa. Aqui fica o Reservatório da Patriarcal com o seu lago subterrâneo que até aos anos 40 abastecia a cidade. Nos dias que correm (como água) o reservatório faz parte do Museu da Água e alberga exposições e outros eventos. É um espaço altamente cenográfico que promete fotografias para pôr no álbum, mas não conte a ninguém.

Namorar é preciso! Este jardim tem mil recantos para o fazer com grande romantismo e felicidade: do cipreste centenário aos bancos espalhados pelo jardim, escolha o seu!

 

2014-06-11


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MORADA
Jardim do Príncipe Real
Lisboa (Príncipe Real)

Malandro que é malandro muda de esquina" ouviu-se gritar por aqui, mas apesar de ter estado em obras, o Jardim do Príncipe Real (chamado Jardim França Borges como o jornalista republicano) contínua no mesmo sítio. Este oásis alfacinha rejuvenesceu mas mantém a sua essência. Lá estão os velhotes a jogar à batota pelas mesas, os gritos da criançada que escorrega e baloiça até se cansar, os casais de namorados que se escondem na sombra do cipreste centenário (árvore que pudesse falar se engasgava no que já viu).
Desde 1860, altura em que se decidiu alcatifar de relva este largo, que o Jardim se ocupou de ir criando uma fauna humana muito sui generis que se espalha a gosto. É fácil encontrar jovens artistas a discutir a Ideia e o Conceito, agarrados a um Capilé no Quiosque do Refresco (jóia urbana de 1900), de onde se pode levar a passear, um galão quente num copo de cartão ou aquecer logo a alma com um copinho de Ginginha. Se nos aventurarmos pelas árvores podemos encontrar a Esplanada do Jardim, restaurante romântico, onde os poetas vão tentar encontrar a rima e as amigas, um chá para esquentar a fofoca. Aqui almoça-se e janta-se cozinha de autor e olha-se, nostalgicamente, lá para fora se estiver a chover. Mas para sentir o verdadeiro espírito bairrista temos que escolher o quiosque da esquerda, aqui ficam os compadres em animadas cavaqueiras, os taxistas encostados ao balcão a contar as últimas e alguns turistas encadeados com a luz lisboeta a comprar postais. Se no quiosque da direita se bebe a limonada perfumada aqui bebe-se a bica amada. Também não podia faltar o quiosque dos jornais, ali mesmo ao lado, para se ir buscar a revista da palavra cruzada.
Aos fins-de-semana o jardim ganha outra vida, aos sábados de manhã tendas brotam como cogumelos para vender frutas e hortaliças, actividade bastante medieval que faz as delícias de quem por lá passar, é tudo biológico e colorido, trocam-se dicas e abrem-se apetites até às 14h, se chegar atrasado mais vale tomar um brunch no restaurante. Uma vez por mês conseguimos apanhar também uma feira de antiguidades e novidades, com original artesanato urbano a fazer companhia a bric-a-brac do tempo da monarquia, animações de rua e até workshops. 
Mas há mais, por entre árvores exóticas e estátuas, o Príncipe Real esconde um segredo bem guardado. Siga o nosso mapa do tesouro... Ao pé do lago central vai encontrar umas escadas que descem pelo solo adentro... Se conseguir passar pelo guardião (só tem que pagar 2,50 euros) e entrar na porta vai ter uma surpresa. Aqui fica o Reservatório da Patriarcal com o seu lago subterrâneo que até aos anos 40 abastecia a cidade. Nos dias que correm (como água) o reservatório faz parte do Museu da Água e alberga exposições e outros eventos. É um espaço altamente cenográfico que promete fotografias para pôr no álbum, mas não conte a ninguém.

Namorar é preciso! Este jardim tem mil recantos para o fazer com grande romantismo e felicidade: do cipreste centenário aos bancos espalhados pelo jardim, escolha o seu!

 

2014-06-11

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