Museu da Marioneta

Este museu instalado no Convento das Bernardas, além de dar a conhecer toda a história do espectáculo de marionetas, mostra que a técnica está longe de passar à história. Aqui, os avós lembram-se dos espectáculos de marionetas nas praias, os pais recordam os fantoches da escola e a geração das consolas redescobre um espectáculo fascinante.

 

Quando o lazer ainda não pertencia ao grande e ao pequeno ecrã, aos palcos e aos estádios, às consolas e aos computadores, as marionetas animavam povos por todo o mundo. A logística não era complexa, os bonecos podiam ser feitos em materiais baratos e a opinião política era muitas vezes manifestada através das vozes estridentes da bonecada. 
Alguns são toscos, outros ricos. Uns têm figuras dóceis, outros cómicas ou assustadoras. Mais antigos ou mais recentes, existem todo o tipo de bonecos no Museu da Marioneta, cuja colecção oferece aos visitantes uma viagem pela história deste espectáculo que não é exclusivo dos mais pequenos. O museu, fundado em 1987, esteve instalado durante 13 anos num edifício na Graça e desde 2001 que está alojado no Convento das Bernardas. Depois de obras de melhoramento e novos espaços, reabriu este ano pronto a receber o público de cara lavada e com melhores condições.
Há marionetas orientais e também outras vindas de África, Nova Zelândia e Europa. Mas a marioneta que conquistou os países ocidentais é a de luva, os vulgarmente chamados fantoches. Os bonecos portugueses, quase todos do Estado Novo, são toscos e andavam de terra em terra para animar as populações. Mas não só. A irreverência destas marionetas escapava ao lápis azul da censura e o humor dos espectáculos envolviam quase sempre temas políticos. Famílias inteiras viviam da arte de fabricar fantoches, escrever histórias e representá-las pelo país. 
E enganem-se os que pensam que as marionetas caíram em desuso. Há algumas muito recentes. Na colecção descobrem-se até figuras como a de Álvaro Cunhal, Ramalho Eanes ou Mário Soares. 
Estes bonecos únicos e cheios de vida não são só brincadeira de crianças. Miúdos e graúdos podem trepar a um palco de marionetas e experimentar manipular algumas, constatando que só com muito treino se consegue que o boneco tenha um 'comportamento' humanizado. Aliás, basta conferir o engenho dos artistas nos espectáculos transmitidos nas várias televisões e computadores espalhados no museu.
Além de dar a conhecer toda a história do espectáculo de marionetas, este museu mostra que a técnica está longe de passar à história. Esta colecção mostra cenários e bonecos usados em cinema de animação e publicidade e que graças às novas tecnologias no trabalho final muitos desconhecem que estão perante marionetas.

Texto: Andreia Félix Coelho

2014-01-07


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MORADA
Convento das Bernardas
Rua da Esperança, 146
Lisboa (Santos)
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Este museu instalado no Convento das Bernardas, além de dar a conhecer toda a história do espectáculo de marionetas, mostra que a técnica está longe de passar à história. Aqui, os avós lembram-se dos espectáculos de marionetas nas praias, os pais recordam os fantoches da escola e a geração das consolas redescobre um espectáculo fascinante.

 

Quando o lazer ainda não pertencia ao grande e ao pequeno ecrã, aos palcos e aos estádios, às consolas e aos computadores, as marionetas animavam povos por todo o mundo. A logística não era complexa, os bonecos podiam ser feitos em materiais baratos e a opinião política era muitas vezes manifestada através das vozes estridentes da bonecada. 
Alguns são toscos, outros ricos. Uns têm figuras dóceis, outros cómicas ou assustadoras. Mais antigos ou mais recentes, existem todo o tipo de bonecos no Museu da Marioneta, cuja colecção oferece aos visitantes uma viagem pela história deste espectáculo que não é exclusivo dos mais pequenos. O museu, fundado em 1987, esteve instalado durante 13 anos num edifício na Graça e desde 2001 que está alojado no Convento das Bernardas. Depois de obras de melhoramento e novos espaços, reabriu este ano pronto a receber o público de cara lavada e com melhores condições.
Há marionetas orientais e também outras vindas de África, Nova Zelândia e Europa. Mas a marioneta que conquistou os países ocidentais é a de luva, os vulgarmente chamados fantoches. Os bonecos portugueses, quase todos do Estado Novo, são toscos e andavam de terra em terra para animar as populações. Mas não só. A irreverência destas marionetas escapava ao lápis azul da censura e o humor dos espectáculos envolviam quase sempre temas políticos. Famílias inteiras viviam da arte de fabricar fantoches, escrever histórias e representá-las pelo país. 
E enganem-se os que pensam que as marionetas caíram em desuso. Há algumas muito recentes. Na colecção descobrem-se até figuras como a de Álvaro Cunhal, Ramalho Eanes ou Mário Soares. 
Estes bonecos únicos e cheios de vida não são só brincadeira de crianças. Miúdos e graúdos podem trepar a um palco de marionetas e experimentar manipular algumas, constatando que só com muito treino se consegue que o boneco tenha um 'comportamento' humanizado. Aliás, basta conferir o engenho dos artistas nos espectáculos transmitidos nas várias televisões e computadores espalhados no museu.
Além de dar a conhecer toda a história do espectáculo de marionetas, este museu mostra que a técnica está longe de passar à história. Esta colecção mostra cenários e bonecos usados em cinema de animação e publicidade e que graças às novas tecnologias no trabalho final muitos desconhecem que estão perante marionetas.

Texto: Andreia Félix Coelho

2014-01-07

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