Em plena Rua do Ouro ergue-se o último elevador de sistema vertical da cidade. Todo em ferro e ao estilo Arte Nova, o elevador de Santa Justa transporta-nos não só ao Largo do Carmo como a uma viagem fantástica ao início do século XX. Inaugurado em 1902, esta obra de engenharia oferece uma das mais deslumbrantes vistas sobre a cidade de Lisboa.
Quando foi inaugurado, mesmo à chegada do século XX, ainda se pagava uma quantia diferente para subir e para descer. Do Largo do Carmo à Rua do Ouro custava 10 reis. Já para subir tinha que se despender um vintém. Hoje já assim não se passa e um vulgar módulo de autocarro ou o passe da Carris dão acesso ao elevador. Quer para cima, quer para baixo. E tendo em conta as calçadas e degraus que compõem o percurso, compensa a viagem.
Mas a experiência não se deve só à preguiça. Classificado como monumento nacional desde 2002, o elevador de Santa Justa é absolutamente obrigatório para quem visita a cidade.
Nenhum habitante da cidade passou ao lado da inauguração ao público no dia 10 de Julho de 1902. Choveu e trovejou e nem isso afastou os primeiros três mil passageiros entusiasmados e curiosos com a novidade. Mas quantos lisboetas há que nunca o utilizaram ou que já se esqueceram que o fizeram? Pois esta é uma viagem que não se pode perder.
Em poucos minutos, o elevador de madeira rodeado de uma mega-estrutura de ferro, transporta-nos para uma das mais deslumbrantes vistas sobre a cidade. O guarda-freio de serviço vende os bilhetes, maneja a manivela que faz subir o elevador e controla o número de passageiros. Para cima só podem subir 20 pessoas e para baixo 15. A expectativa de quem ali viaja pela primeira vez é muita e as máquinas fotográficas dos turistas não param de disparar. Mas o melhor ainda está para vir.
Quando o guarda-freio abre a porta, dois lances de escadas em caracol levam-nos a abarcar toda a Lisboa de vários ângulos. E ao final da tarde, à hora de o sol se pôr, a luz da cidade fica única. O cenário melhora com a esplanada no topo do elevador. A dimensão limitada e a afluência diária de turistas nem sempre torna fácil a tarefa de encontrar uma mesa disponível.
Este terraço, que é actualmente um ex-líbris da cidade, apenas existe porque o projecto inicial ficou por construir. As estruturas destinadas a coroar a ponte e as torres eram muito caras e não interferiam com o funcionamento normal do elevador, por isso a cobertura acabou por ficar assim e as obras adiadas até hoje. E ainda bem!
Descendo novamente as escadas em caracol, o destino aproxima-se. Um passadiço metálico transporta-nos sobre a Rua do Carmo e, assente sobre o último andar do prédio nº. 69, faz a ligação com o Largo do Carmo. Daqui temos uma outra Lisboa a descobrir: a do Chiado e a do Bairro Alto, onde as lojas, os restaurantes, o fado e os bares animam a cidade.
2008-05-31
Em plena Rua do Ouro ergue-se o último elevador de sistema vertical da cidade. Todo em ferro e ao estilo Arte Nova, o elevador de Santa Justa transporta-nos não só ao Largo do Carmo como a uma viagem fantástica ao início do século XX. Inaugurado em 1902, esta obra de engenharia oferece uma das mais deslumbrantes vistas sobre a cidade de Lisboa.
Quando foi inaugurado, mesmo à chegada do século XX, ainda se pagava uma quantia diferente para subir e para descer. Do Largo do Carmo à Rua do Ouro custava 10 reis. Já para subir tinha que se despender um vintém. Hoje já assim não se passa e um vulgar módulo de autocarro ou o passe da Carris dão acesso ao elevador. Quer para cima, quer para baixo. E tendo em conta as calçadas e degraus que compõem o percurso, compensa a viagem.
Mas a experiência não se deve só à preguiça. Classificado como monumento nacional desde 2002, o elevador de Santa Justa é absolutamente obrigatório para quem visita a cidade.
Nenhum habitante da cidade passou ao lado da inauguração ao público no dia 10 de Julho de 1902. Choveu e trovejou e nem isso afastou os primeiros três mil passageiros entusiasmados e curiosos com a novidade. Mas quantos lisboetas há que nunca o utilizaram ou que já se esqueceram que o fizeram? Pois esta é uma viagem que não se pode perder.
Em poucos minutos, o elevador de madeira rodeado de uma mega-estrutura de ferro, transporta-nos para uma das mais deslumbrantes vistas sobre a cidade. O guarda-freio de serviço vende os bilhetes, maneja a manivela que faz subir o elevador e controla o número de passageiros. Para cima só podem subir 20 pessoas e para baixo 15. A expectativa de quem ali viaja pela primeira vez é muita e as máquinas fotográficas dos turistas não param de disparar. Mas o melhor ainda está para vir.
Quando o guarda-freio abre a porta, dois lances de escadas em caracol levam-nos a abarcar toda a Lisboa de vários ângulos. E ao final da tarde, à hora de o sol se pôr, a luz da cidade fica única. O cenário melhora com a esplanada no topo do elevador. A dimensão limitada e a afluência diária de turistas nem sempre torna fácil a tarefa de encontrar uma mesa disponível.
Este terraço, que é actualmente um ex-líbris da cidade, apenas existe porque o projecto inicial ficou por construir. As estruturas destinadas a coroar a ponte e as torres eram muito caras e não interferiam com o funcionamento normal do elevador, por isso a cobertura acabou por ficar assim e as obras adiadas até hoje. E ainda bem!
Descendo novamente as escadas em caracol, o destino aproxima-se. Um passadiço metálico transporta-nos sobre a Rua do Carmo e, assente sobre o último andar do prédio nº. 69, faz a ligação com o Largo do Carmo. Daqui temos uma outra Lisboa a descobrir: a do Chiado e a do Bairro Alto, onde as lojas, os restaurantes, o fado e os bares animam a cidade.
2008-05-31