É dos funiculares mais movimentados da cidade e precioso para subir sem esforço da Praça dos Restauradores, na Baixa, para o Jardim São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto.
Com sete colinas e ruas tortuosas e íngremes, Lisboa sempre foi um desafio para quem tem de percorrer diariamente calçadas empedradas, inclinadas, com degraus que parecem não ter fim. E se para baixo todos os santos ajudam, já quando se trata de subir o caso é diferente. No século XIX apareceram, por isso, os primeiros ascensores em Lisboa que são hoje classificados como monumentos nacionais.
O ditado popular aplica-se bem à cidade de Lisboa. Com ruas inclinadas por toda a capital, os lisboetas sabem bem o significado da expressão «para baixo todos os santos ajudam». Percorrer algumas calçadas pode mesmo ser uma aventura para qualquer par de pernas. Por isso, os ascensores e elevador de Lisboa apareceram há mais de 120 anos e ainda hoje são essenciais ao dia-a-dia de muitos habitantes. Com muita História sobre carris, são agora também ponto de visita obrigatória a quem quer conhecer a cidade.
A Calçada do Lavra foi a primeira artéria lisboeta a receber um ascensor. A inauguração deste meio de transporte, em 1884, foi um acontecimento nacional e o aparelho foi na época uma inovação no mundo da engenharia, assinada pelo engenheiro portuense Raoul Mesnier de Ponsard, que mais tarde viria a ser responsável por outros projectos do género. Jornalistas, muitos convidados e uma banda de música marcaram a grande inauguração.
Depois de muitos obstáculos durante a construção, o ascensor lá começou a subir e a descer diariamente, levando em cada carro 24 passageiros. Nesta altura, os transportes utilizados na cidade eram ao estilo americano: circulavam sobre carris e eram puxados por animais. O ascensor traz a novidade de um carro movido a água, mais rápido e com dois andares! Percorrer a Calçada do Lavra passou a ser mais fácil. Porém, alguns moradores não viram com bons olhos o novato transporte. Isto porque, para evitar atropelamentos, os dois ascensores apitavam uma corneta sem parar em todas as viagens para cima e para baixo. A história acabou com a Câmara a passar uma multa de cem reis e com a instalação de um sistema eléctrico avisador.
Apesar dos percalços iniciais, o ascensor do Lavra foi um sucesso. Um ano depois chegava à cidade o segundo carro do género. Subir da Praça dos Restauradores ao miradouro de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, também não era - e ainda hoje não é - tarefa fácil. Os 265 metros que compõem a íngreme Calçada da Glória exigiam um transporte eficaz. À imagem e semelhança do Lavra, nascia o ascensor da Glória, o segundo da cidade. Ambos, a par do elevador da Bica, foram classificados de monumentos nacionais desde Fevereiro de 2002 e os três são frequentados anualmente por cerca de três milhões de passageiros.
2008-05-31
É dos funiculares mais movimentados da cidade e precioso para subir sem esforço da Praça dos Restauradores, na Baixa, para o Jardim São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto.
Com sete colinas e ruas tortuosas e íngremes, Lisboa sempre foi um desafio para quem tem de percorrer diariamente calçadas empedradas, inclinadas, com degraus que parecem não ter fim. E se para baixo todos os santos ajudam, já quando se trata de subir o caso é diferente. No século XIX apareceram, por isso, os primeiros ascensores em Lisboa que são hoje classificados como monumentos nacionais.
O ditado popular aplica-se bem à cidade de Lisboa. Com ruas inclinadas por toda a capital, os lisboetas sabem bem o significado da expressão «para baixo todos os santos ajudam». Percorrer algumas calçadas pode mesmo ser uma aventura para qualquer par de pernas. Por isso, os ascensores e elevador de Lisboa apareceram há mais de 120 anos e ainda hoje são essenciais ao dia-a-dia de muitos habitantes. Com muita História sobre carris, são agora também ponto de visita obrigatória a quem quer conhecer a cidade.
A Calçada do Lavra foi a primeira artéria lisboeta a receber um ascensor. A inauguração deste meio de transporte, em 1884, foi um acontecimento nacional e o aparelho foi na época uma inovação no mundo da engenharia, assinada pelo engenheiro portuense Raoul Mesnier de Ponsard, que mais tarde viria a ser responsável por outros projectos do género. Jornalistas, muitos convidados e uma banda de música marcaram a grande inauguração.
Depois de muitos obstáculos durante a construção, o ascensor lá começou a subir e a descer diariamente, levando em cada carro 24 passageiros. Nesta altura, os transportes utilizados na cidade eram ao estilo americano: circulavam sobre carris e eram puxados por animais. O ascensor traz a novidade de um carro movido a água, mais rápido e com dois andares! Percorrer a Calçada do Lavra passou a ser mais fácil. Porém, alguns moradores não viram com bons olhos o novato transporte. Isto porque, para evitar atropelamentos, os dois ascensores apitavam uma corneta sem parar em todas as viagens para cima e para baixo. A história acabou com a Câmara a passar uma multa de cem reis e com a instalação de um sistema eléctrico avisador.
Apesar dos percalços iniciais, o ascensor do Lavra foi um sucesso. Um ano depois chegava à cidade o segundo carro do género. Subir da Praça dos Restauradores ao miradouro de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, também não era - e ainda hoje não é - tarefa fácil. Os 265 metros que compõem a íngreme Calçada da Glória exigiam um transporte eficaz. À imagem e semelhança do Lavra, nascia o ascensor da Glória, o segundo da cidade. Ambos, a par do elevador da Bica, foram classificados de monumentos nacionais desde Fevereiro de 2002 e os três são frequentados anualmente por cerca de três milhões de passageiros.
2008-05-31